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Psicologia

Psyque + Logos = estudo da alma/mente

É a ciência que estuda, avalia e intervém sobre os processos mentais: sentimentos, emoções, pensamentos e comportamento humano, elaborando planos de tratamento cientificamente validados.

‘A psicologia é uma disciplina recente. Teve início no século XIX, quando surgiram os dois ‘pais da psicologia’: Wilhelm Wundt e William James. Whund usou medições científicas para estudar a mente, enquanto James a explorou de forma mais subjectiva, escrevendo sobre consciência, a memória, imaginação, razão, intenção e a linha do raciocínio.

O fenómeno da consciência revelou-se particularmente difícil de abordar, e depois o trabalho de Jean-Martin Charcot, médico em Paris, veio complicar mais. Charcot sugeriu que alguns sintomas físicos graves – como a cegueira e a surdez – podiam ser causados por distúrbios psicológicos. Charcot admitiu como hipótese que tal era possível porque a consciência podia ser dividida em partes separadas, as quais se ignoram mutuamente. Foi assim que nasceu a ideia do inconsciente. Anos mais tarde, em 1885, um jovem chamado Sigmund Freud chegou a Paris para estudar com o grande Charcot. Ficou fascinado com a ideia de uma área inconsciente na mente humana e acreditou que essa parte inacessível do cérebro era o verdadeiro princípio que rege os nossos pensamentos e ações. Freud deu-se conta de que os sintomas ‘histéricos’ que Charcot estudava não tinham apenas origem psicológica, mas também algum significado. Argumentou que se fosse possível chegar ao inconsciente – porventura através da sua manifestação em sonhos, lapsos língua e associações de palavras – esse significado podia ser identificado e os sintomas da pessoa aliviados. Foi o inicio da ‘cura pela fala’ ou psicanálise.

Na década de 1990, novas descobertas no campo da neurociência indiciaram a mesma coisa: há partes do cérebro humano que trabalham (‘pensam’) implicitamente, para lá da percepção consciente, e controlam grande parte dos que fazemos, presumimos e esperamos. Psicólogos contemporâneos como Daniel Kahneman estudaram os enviesamentos inconscientes do cérebro, enquanto neurocientistas como Jaak Pankepp demonstraram a natureza subcortical da sete principais emoções humanas.

Longe de termos uma mente, dizem os terapeutas, possuímos várias, tal como sugeriram Eric Berne e Karen Horney. Grande parte disto depende dos primeiros anos de aprendizagem, que aparentemente estabelecem o entendimento predefinido de nós mesmos, das outras pessoas e de como o mundo é.’

´A Psicologia e a Psicoterapia veem-se de forma diferente. Os psicólogos gostam de se alinhar com Wundt e declarar o seu trabalho científico e objetivo. Os psicoterapeutas afirmam que os psicólogos podem estudar o funcionamento do cérebro, mas perderam de vista a pessoa. Uma mente é mais que um cérebro, e as pessoas não são máquinas, apesar das tentativas…

(excertos e ideias retirados de ‘O que faria Freud?´ de Sarah Tomley)

Nós hoje temos estas perspectivas cada vez mais alinhadas e integradas. E que bom! Temos a aprender com ambas, uma não invalida a outra mas uma acrescenta a outra.

Talvez deva saber que um psicólogo não é necessariamente um psicoterapeuta, para o ser deve especializar-se em psicoterapia. E ainda, um psicoterapeuta, não é necessariamente um psicólogo, alguns profissionais como os psiquiatras, educadores, assistentes sociais, podem usar a psicoterapia como forma de ter mais ferramentas para exercer a sua função e para relação com os seus clientes.

O psicólogo tem formação superior em psicologia e entende os problemas psicológicos como uma consequência de experiências individuais, ligadas à forma como lidamos connosco e com os outros.

O psicoterapeuta utiliza os processos psicológicos como ferramentas, mas não trata necessariamente problemas psicológicos, ou seja, pode-se fazer uma psicoterapia com a intenção de intervir num problema (patologia), mas também como forma de aumentar o autoconhecimento e inteligência emocional (normalidade). A psicoterapia é o conjunto de conhecimentos, técnicas e métodos utilizados por terapeutas para ajudar os seus clientes no processo de reestruturação cognitiva.

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Neuropsicologia

A Neuropsicologia surgiu da ligação entre a Psicologia e a Neurologia e estuda a relação entre o comportamento humano e a sua base neurológica.

Alexander Luria, um dos principais nomes da Neuropsicologia, defendia que o nosso cérebro é um sistema complexo no qual os processos mentais (ex: percepção, memória, raciocínio, linguagem, cálculo), não se encontram limitados a uma área particular do cérebro, mas interligados de forma sistémica através do tronco cerebral, sistema límbico e lobos parietal, frontais, temporal e occipital.

Depois de Luria, António Damásio trouxe a ideia de que o nosso comportamento não depende exclusivamente do nosso cérebro, mas também da interacção com o corpo através das emoções, trazendo o conceito “marcadores somáticos” (mecanismos automáticos que suportam as nossas decisões a partir de experiências emocionais prévias que ficaram gravadas no nosso cérebro). Assim, as emoções orientam o comportamento do ser humano, transmitindo sinais que servem de comunicação e de expressão entre o próprio e os outros.

Um exemplo que sustenta esta ideia é o famoso caso Phineas Gage, um operário que sofreu um acidente no qual o seu cérebro fora perfurado por uma barra de metal. Apesar de sobreviver, perdeu a capacidade de tomar decisões e apresentava emoções e comportamentos desajustados. Este caso reforça ideia de que os processos cognitivos (memória, raciocínio, linguagem…) em pleno funcionamento não são suficientes para que tenhamos comportamentos sociais e pessoais equilibrados.

A consulta de neuropsicologia pode integrar uma avaliação neuropsicológica e/ou um plano de estimulação/reabilitação cognitiva.

Realiza-se perante queixas ao nível da memória, atenção/concentração, raciocínio, planeamento, cálculo, alterações da linguagem ou alterações do comportamento. Após uma avaliação, normalmente solicitada pelo médico de clínica geral ou familiar, neurologista ou psiquiatra, pode ser estruturado um plano de estimulação cognitiva ou reabilitação neuropsicológica.

A reabilitação neuropsicológica é um processo ativo que procura, não só tratar défices cognitivos que possam existir, como tratar alterações de pensamento, comportamento e emocionais. Neste trabalho sistémico, é possível capacitar a pessoa, permitindo-lhe um bom nível de funcionamento social, físico e psíquico.

Programação NeuroLinguística (PNL)

Programação – conectar; elaborar; saber como funcionamos para funcionar melhor (como o meu cérebro está programado)

Neuro – neurologia; química do cérebro; fisiologia do ser-humano

Linguística – como organizo os meus pensamentos e imagens internas através do meu sistema nervoso central, através das palavras.

A PNL surgiu nos anos 70, por um professor de linguística generativa e um estudante de psicologia, expert em computação e lógica: John Grinder e Richard Bandler. Ambos eram fascinados pelos resultados dos psicoterapeutas Fritz Pearls e Virgínia Satir e do psiquiatra Milton Erickson, e por isso, empenharam-se em codificar os padrões de comportamento e comunicação destes profissionais (modos verbais e não verbais, crenças e pressupostos) observando-os em detalhe. Ao identificarem padrões nas suas dinâmicas, puderam reproduzi-los e verificaram que desta forma conseguiam resultados tão bons quanto os dos seus modelos.

A partir deste ponto, puderam mapear estes padrões e desenvolver técnicas de modelagem, ou seja, técnicas que permitem replicar determinado padrão, em circunstâncias concretas, para resultados específicos. A PNL é baseada em descobrir o que funciona e formalizá-lo.

Com a PNL podemos ir conhecendo o mapa de programações da nossa mente – como um manual de operações de como a mente recebe estímulos e responde. Revela-nos como descodificamos, através dos 5 sentidos, o mundo externo, e o trazemos para dentro de nós, atravessando sempre os nossos filtros internos. Todos temos um sistema de filtros, que correspondem aos nossos significados, crenças e valores, e por isso, cada pessoa tem uma percepção diferente de um mesmo facto/realidade.

A PNL permite que possam ser identificados e elaborados os modelos mentais. E, posteriormente, permite entender como isso afeta o nosso comportamento. De acordo com Bandler e Grinder, qualquer pessoa pode adquirir novas competências, mesmo as consideradas excepcionais, através da programação.

Para entender a PNL, é importante distinguir modelo de técnica: um modelo é uma representação formal do comportamento que permite uma previsão. Os modelos que constituem a PNL são todos modelos formais baseados em princípios matemáticos e lógicos, como o cálculo de predicados e as equações matemáticas. O modelo permite que, a partir dele, se criem novas estratégias que, quando colocadas na sequência certa, mudarão as representações internas de alguém e o comportamento. A técnica é esse conjunto de estratégias sequenciais.

Quanto mais nos conhecemos, mais sabemos como funcionamos. Quanto mais sabemos como funcionamos, mais podemos potencializar as nossas capacidades e gerar resultados cada vez melhores!

Mindfulness

As técnicas como a atenção focada não são novas. Fazem parte de uma tradição budista que tem milhares de anos.

É como uma competência: é uma forma de treinar a nossa mente, para termos uma mente mais calma e clara. É basicamente, estar durante uns minutos mais focados e mais presentes, permitindo-nos parar e treinar o nosso cérebro para isso.

Como é que isto se faz?

Uma das técnicas básicas para criar esse espaço é arranjar um foco, para estarmos concentrados nele durante alguns minutos. O mais comum é focarmo-nos na respiração (até porque alterar o ritmo da nossa respiração também nos ajuda a alterar o nosso estado emocional). Mas podemo-nos focar noutra coisa: números (fazendo uma contagem), visualizações, numa pergunta ou algo externo. Assim, sabendo que temos aquele foco, quando reparamos que nos distraímos, podemos dizer à nossa mente “ok, foste para ‘ai’, mas agora volta para o meu foco”. Sempre que reparamos que a mente divagou, voltamos a levá-la para o foco. Quando nos focamos em algo como a respiração, não estamos a tentar fugir aos pensamentos ou desligar-nos do mundo. Estamos a aprender a reconhecer quando ficamos presos nos nossos pensamento e a libertamo-nos disso.

Não sei se já repararam no stress provocado pelos nossos pensamentos. Muitas vezes, o stress vem do interior. Está ligado à forma como pensamos, à forma como a nossa mente trabalha (ou como nós trabalhamos com a mente). Se nós alterarmos a forma como nossa mente funciona, mudando a nossa relação com os nossos pensamentos e sentimentos, há uma verdadeira possibilidade de nos sentirmos melhor interiormente.

E o que tem isto a ver com meditação?

Tem tudo. Mais uma vez, as práticas mente-corpo, como a meditação, podem ajudar no foco e a facilitar a consciência sobre os nossos pensamentos, sensações e necessidades.

Podem ainda ajudar-nos a aceder mais facilmente a um espaço neutro entre “emoção” e “reação”.

Benefícios da meditação

As pessoas que meditavam há vários anos sentiam os benefícios, mas não conseguiam explicar o que acontecia fisiologicamente. Mas, nos últimos 20 anos os cientistas conseguiram avaliar o que acontece ao ritmo cardíaco, à tensão arterial, aos níveis de stress e à própria estrutura do cérebro.

Quando meditamos com mais frequência, obtemos mais benefícios que podem transitar para o resto da nossa vida. Há uma razão científica para isto. Há algo que muda no nosso cérebro quando nós meditamos. Os cientistas testemunharam isto através de ressonâncias magnéticas a monges antes, durante e após a meditação. É como se estivéssemos a treinar a parte do cérebro responsável pela sensação de felicidade e bem-estar, essas áreas recebem mais fluxo sanguíneo e aumentam. Alguns estudos revelam ainda que depois de oito semanas de meditação, podem existir também mudanças físicas significativas nas zonas do cérebro associadas à aprendizagem e à memória.

A meditação reduz o stress, a frustração, a depressão, a dor e também aumenta a felicidade, aumentando os níveis de paciência, aceitação e compaixão.